
Nascido Kurt Siodmak em 10 de agosto de 1902 em Leipzig, Alemanha. Curt era o irmão mais novo do futuro diretor Robert Siodmak ( "The Mirror Dark" , "The Killers", "The Crimson Pirata."...) .
Curt Siodmak formou-se em Matemática, mas começou a escrever contos e romances. Ele se casaria com Henrietta Erna Baronesa de Perrot; apesar do título de nobreza, ela era uma repórter de um jornal alemão.
Em 1927, Henrietta queria fazer uma história sobre Fritz Lang e precisava de uma maneira de ser capaz de chegar perto do diretor para uma entrevista. Ela convidou Curt para ir com ao estúdio de cinema da UFA e ambos se tornaram atores sem créditos em "Metropolis", em pontas como trabalhadores. Ela também teve sua entrevista.
Curt Siodmak começou a escrever roteiros em 1929 e, a pedido de seu irmão Robert investiu alguns de seus ganhos no filme "Menschen am Sonntag" (1929). O filme ainda mudo, acompanha um grupo de residentes de Berlim ao estilo documentário em um dia de verão. O que torna este filme de interesse para o cinéfilo são os nomes associados: O diretor era Robert Siodmak , o roteiro escrito por Curt e Billy Wilder. Enquanto o cinegrafista foi Fred Zinnemann.
Em 1933 Siodmak escreveu um romance sobre um aviador alemão que quer construir uma estação no meio do Atlântico para permitir viagens mais fáceis e foi intitulado "FP1 antwortet nicht" (FP1 não responde). O romance se tornou um best seller fora da Alemanha. No mesmo ano, escreveu o roteiro para a versão do filme, em alemão, francês e inglês, para a obra ser rodada simultaneamente com elencos de línguas diferentes...
Este filme foi o último filme que Curt Siodmak faria na Alemanha até o início da década de 1960. Junto com o ator Peter Lorre, que estava no filme, eles partiram para a Inglaterra quando Hitler começou sua ascensão ao poder. Ambos eram judeus e intelectuais. Curt chegaria aos Estados Unidos em 1937, enquanto o irmão Robert iria para Paris e chegaria em Hollywood em 1939. Os caminhos dos irmãos iriam se cruzar cinematograficamente de novo em 1943 nos estúdios da Universal.
Em 1935, enquanto ainda estava na Inglaterra, Curt Siodmak escreveu o roteiro para o que seria seu primeiro filme de ficção científica, intitulado "The Tunnel" no Reino Unido e "Transatlantic Tunnel" nos Estados Unidos. O filme foi baseado em um romance alemão de 1913 alemã de Bernhard Kellerman, e conta a história de um grupo de ricos industriais que querem construir um túnel entre Inglaterra e Estados Unidos.
Em 1939, Curt foi encarregado (junto com Lester Cole), de bolar uma continuação para o sucesso da Universal "O Homem Invisível" (1933).
O filme foi : "The Invisible Man Returns" ( A Volta do Homem Invisível, 1940) de Joe May; estrelado por Vincent Price em seu primeiro papel no cinema de horror.
O filme também apresenta Sir Cedric Hardwicke ( "Things to Come") e Cecil Kellaway ("The Beast from 20,000 Fathoms"). Seria com este filme que Curt Siodmak começaria a se tornar um dos escritores mais proeminentes dos clássicos de horror da Universal. Ele seria incumbido de continuar a série, criando depois uma mulher invisível ("The Invisible Woman"/"A Mulher Invisível" - 1940) e um espião invisível também...
Em 1940 Curt escreveu o roteiro de "Black Friday" (Sexta Feira 13) de Arthur Lubin , estrelado por Boris Karloff e Bela Lugosi. Os astros do terror não aparecem juntos em nenhuma cena do filme, mas estão juntos em todos os cartazes e publicidade.
A história lida com uma mudança de personalidade grave beirando a insanidade, provocada por uma cirurgia cerebral revolucionária. Siodmak retrabalharia a ideia para seu romance clássico publicado em 1942 "Donovan's Brain".
A história de um médico que mantém vivo o cérebro de uma vítima de um acidente de avião como experimento. O cérebro desenvolve uma inteligência maligna que toma conta do médico.
O romance seria filmado diretamente três vezes a partir de 1944 com "The Lady and the Monster" ( A Dama e o Monstro) de George Sherman; o ótimo "Donovan's Brain (Experiência Diabólica, 1953) de Felix Feist; e "The Brain" (1962) de Freddie Francis.
1940 terminaria com Curt escrevendo a adaptação de um roteiro de uma peça teatral para a produção de muito baixo orçamento (tipico da produtora Monogram) "The Ape" (O Gorila) de William Nigh , estrelado por Boris Karloff e o macaco do título...
Mas seria o ano de 1941 que marcaria a carreira de Curt Siodmak, ao criar uma lenda de terror pela qual ele sempre será sempre lembrado... o trágico Lawrence Talbot, o Homem Lobo em "The Wolf Man" (O Lobisomem, 1941) de George Waggner, com Lon Chaney Jr. Claude Rains e Bela Lugosi...
"Even a man who is pure in heart and says his prayers by night may become a wolf when the wolfsbane bloom...
and the autumn moon is bright."
Mas seria o ano de 1941 que marcaria a carreira de Curt Siodmak, ao criar uma lenda de terror pela qual ele sempre será sempre lembrado... o trágico Lawrence Talbot, o Homem Lobo em "The Wolf Man" (O Lobisomem, 1941) de George Waggner, com Lon Chaney Jr. Claude Rains e Bela Lugosi...
Contrariamente à crença de que os detalhes desta história seriam lendas da velha Europa, tudo saiu na verdade da cabeça de Curt Siodmak. Isso inclui o famoso pentagrama visto na palma da vítima do Lobisomem; a ideia de que um homem lobo pode ser morto por uma bala de prata, assim como o verso acima, muitas vezes citado como sendo da tradição popular.
Olhando para trás, a partir de hoje imagina-se quantos filmes, livros, quadrinhos, utilizaram as idéias de Curt como factuais e as aproveitaram em suas histórias e roteiros sobre homens-lobos ? Especialmente a famosa bala de prata...
Nem ele, nem os executivos da Universal Studios tinham a menor ideia do impacto desse script único. Na verdade filmes de lobisomem datam de 1913 e a Universal tinha feito "O Lobisomem de Londres", em 1935, estrelado por Henry Hull; mas foi a investigação e revisão das lendas em seu roteiro de "The Wolfman", que transformou ficção em realidade para muitos frequentadores e historiadores de cinema futuros.
Outro ponto importante no roteiro de Siodmak, é a construção de um personagem principal monstruoso, mas simpático e atormentado, diferente dos vilões maquiavélicos ou monstros simplesmente animalescos...Lon Chaney Jr. nunca foi um grande ator, mas desempenhou o papel com propriedade, aqui e nos filmes que se seguiram com o personagem...
*Postagens dedicadas ao mestre brasileiro em literatura Pulp, Quadrinhos e Roteiros Cinematográficos- Fantásticos RUBENS FRANCISCO LUCCHETTI...
CONTINUA...